sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

O esperado… mas tão inesperado!?



Depois de tanto sonhar em vir para o Porto, eis que surge uma oportunidade de trabalho que me fez concretizar esse sonho.

Sabem… estes últimos anos da minha vida têm sido uma constante corrida até esta bela cidade, corrida essa que me foi deixando ainda mais apaixonado… não pela cidade em si (mesmo que ela tenha coisas que adoro) mas pelas pessoas que me levavam a correr para cá. Por isso, este dia já era por mim há muito esperado. De qualquer modo, foi tão diferente do que esperava… os motivos que me faziam continuar a correr quase que desapareceram… ficou apenas o imenso prazer, o maravilhoso privilégio de viver em COMUNIDADE. E é essa comunidade que me leva a escrever hoje.



Sim… no Seminário Cristo Rei, em Gaia… local onde me sinto em verdadeira COMUNIDADE, um grande amigo redentorista preside (não sei se é o termo mais correcto mas... para que seja fácil de compreender, foi o que surgiu) a umas pequenas comunidades que constroem CAMINHO durante o ano. Estes momentos costumam viver-se às terças, quartas e quintas-feiras (com três grupos diferentes). Eu vim na quarta-feira, por isso já tinha em mente a minha ida à comunidade… o que não esperava foi ter o privilégio de viver uma FESTA tão bonita.


Passo a explicar, ao contrário dos dias em que já tinha participado nesses encontros, este não decorreu no seminário, aconteceu na casa de um dos membros da comunidade (sabem, lembrei-me logo dos tempos de Jesus… como Ele gostava de se reunir em CASA de cada um!?).



Bem… casa cheia e, apesar de me sentir bastante bem com aquelas pessoas muito bonitas, para mim era um ambiente “um pouco estranho”, não me sentia completamente à vontade. São pessoas que vou conhecendo pouco a pouco porque as vou vendo esporadicamente nas minhas viagens ao norte, no entanto não caminhamos juntos… De qualquer modo foi algo que rapidamente esqueci. Fui de tal maneira acolhido… foi como se sempre estivesse estado com eles, semana após semana… FOI MUITO BOM.


A Festa começou… e pensava eu: “O que terão preparado?”, sim, porque eu sabia que iria estar em COMUNIDADE, não sabia muito bem era do que se iria passar. Fui-me então apercebendo que aquele momento foi especialmente preparado por todos para celebrar a FESTA DO PERDÃO.


Sabem… esta FESTA tem realmente outro valor quando é CELEBRADA em COMUNIDADE.


Apesar de julgar que não tinha nada que me prendesse, fui-me abrindo ao Pai, fui-me entregando sem reservas, fui-me deixando que Ele me acompanhasse na leitura da minha história e fui-me apercebendo que havia coisas do qual precisava e preciso de me libertar. Esta acção não se faz de um dia para o outro, e por vezes quando julgamos que já nos conseguimos libertar… voltamos a cair no mesmo buraco.




Olhem... soube-me tão bem aquele tempo… é simplesmente maravilhoso quando nos deixamos tocar pelo Pai. Um Pai que vai ao encontro, que convida, que provoca e convoca à mudança. Um Pai que não impõe a Sua vontade mas que nos deixa livres de escolher, de optar pela nossa felicidade… e Ele sabe bem o que nos faz realmente FELIZES.


É libertador o Teu amor… Tu que ainda hoje Te continuas a reunir nas nossas CASAS sempre que Te abrimos a porta… e Tu que estás constantemente a bater… que nunca desistes.


Foi uma festa muito libertadora… e nada melhor para festejar essa liberdade do que lavando do nosso corpo aquilo que nos prendia. Sentirmo-nos como no nosso baptismo, profundamente mergulhados pelo Espírito, empenhados em continuar a construção de um CAMINHO NOVO, na nossa construção enquanto PESSOAS, e na ajuda ao nosso semelhante. E foi para selar esse compromisso que acendemos a vela, luz que se consome mas que não desgasta nem se gasta… vida que deve ser sempre dom, graça… tal como a recebemos, também a deveremos doar...



Para terminar em beleza… o que poderia haver de melhor do que nos sentarmos à mesa e comungarmos do mesmo pão… antes tínhamos comungado da mesma PALAVRA, mas aquele momento foi para reconfortarmos o estômago, partilharmos os dons do dia de trabalho… SENTARMO-NOS À MESA…



(deixem-me saborear estas palavras)




Hum…

Foi uma vinda para o Porto esperada… mas mesmo MUITO INESPERADA. Mas pronto, tal como Jesus, a minha vida tem sido presenteada por muitas esperas nada esperadas… mas o Pai NUNCA me desiludiu… nem uma única vez. E quando assim é… não há motivos para tristezas.

OBRIGADO por este dia tão doce… e por sentir profundamente abraçado...


1 comentário:

Anónimo disse...

"fui-me apercebendo que havia coisas do qual precisava e preciso de me libertar. "

vou guardar estas palavras para não esquecer de me libertar ...

:)
bom fim-semana

Olhando infinito