sexta-feira, 13 de abril de 2007

Como vos prometi...


Como tinha prometido... de uma acentada só, venho publicar dois post's.

Peço-vos desculpa por serem muito longos mas... não consigo dizer tudo o que sinto com tão poucas palavras.

Espero que gostem... e se gostarem tanto de ler como eu... vão lendo e meditando por parágrafos - é capaz de se tornar mais fácil. Compreendo que para quem lê, quanto mais curto for o texto melhor. No entanto, para quem escreve... isso nem sempre é possível.


Beijos e Abraços em Jesus Ressuscitado

SHALOM
.
.
PS: Quanto à imagem... é apenas fruto da maneira como me sinto... LIVRE e CONTEMPLATIVO.

Experiência pascal


Para mim torna-se claro que, viver a festa da ressurreição, não pode ficar apenas por uma “festazinha” onde celebramos a Ressurreição de Jesus. Esta grande vitória tem que ter resultados mais firmes e mais concretos da nossa parte, nas nossas vidas. É por isso que procuro partilhar a grande importância que teve e continua a ter, para mim em especial, a experiência pascal – é esta que marca a diferença.

Se vivermos a Páscoa sem experimentarmos verdadeiramente a acção recriadora da ressurreição em nós… estamos apenas a celebrar a morte e ressurreição de Jesus – é claramente uma festa Dele.
Viver a Páscoa, experimentando em nós uma forte ressurreição, estamos não só a celebrar a morte e ressurreição de Jesus, mas também a grande dinâmica que somos constantemente chamados a fazer, que é a morte e renascimento de nós próprios. E, neste caso, falar de Páscoa é falar claramente de uma festa nossa – só possível através de Jesus.

Jesus na cruz, DEU A SUA VIDA E DEU-NOS A VIDA, na medida em que derrotou definitivamente a morte. Por isso, somos chamados a tornar-mo-nos cada vez melhores pessoas, tornar-mo-nos cada vez mais amor – só assim estaremos em perfeita comunhão com Deus-Amor. E fazer experiência pascal é realmente isso – é sentirmos que a vida que Jesus deu, é verdadeiramente nossa. Nossa com o intuito de usufruirmos dela para continuarmos a desenvolver este grande desafio que é AMAR, que é continuar a criar relações que nos transformem, nos recriem, nos tornem naquilo que Deus é… e Ele não é mais se não AMOR.

Para mim, ajudou-me bastante perceber a grande simbologia do número três, enquanto experiência pascal. Os três dias que os discípulos demoraram a viver a ressurreição de Jesus (e não os três dias que Jesus esteve em stand-bye desde a Sua morte até à Sua Ressurreição, como durante tanto tempo eu afirmei sem questionar a pouca lógica que isso teria). Esta experiência é fantástica.
Depois da morte de Jesus, estão os discípulos fechados em casa (em si mesmos) sem entender o que realmente se passou. Tal como muitas pessoas, eles que tinham vivido bem de perto com Jesus, acreditavam claramente que Ele era o Messias, o homem que Deus tinha enviado para os libertar da escravidão e sofrimento infligido pelos romanos. Todos eles estavam dispostos a lutar até ao fim, a morrer se fosse necessário, apenas para colocar Jesus no poder, no trono para que Ele, o escolhido de Deus, pudesse libertar o povo e governá-lo. No entanto, não era desse trono, desse Reino que Jesus falava. Jesus falava de um projecto muito diferente, falava de uma libertação muito mais importante.
Então estando os discípulos fechados em casa, contemplam tudo aquilo que viveram com Jesus durante três anos. Relembram as Suas histórias, as Suas viagens, os Seus gestos, as Suas curas, os Seus comportamentos, … tudo, reviveram em três dias tudo aquilo que tinham experimentado com Jesus durante três anos e, ao terceiro dia, compreenderem então que o fim do Mestre não podia ter sido o FIM. Tudo aquilo que tinham vivido, que tinham aprendido… tudo aquilo não podia terminar assim. Assim torna-se claro que, a partir desse momento, eles tinham visto que Jesus se encontrava vivo e bem vivo (mesmo que fosse apenas nos seus corações). Esta experiência só foi possível, porque foi feita em comunidade. Foi em comunidade que eles foram partilhando e relembrando o que cada um tinha vivido com Jesus, foi assim que cada um foi vendo claramente Jesus a passear nos seus corações… era um ritmo cardíaco de tal maneira intenso, que era impossível que Jesus não estivesse vivo.

Esta experiência é vivida claramente na morte/ressurreição de uma pessoa muito querida para nós. Ao nos ser anunciada a sua morte, ficamos derrotados… parece que o mundo nos cai aos nossos pés, tudo parece que deixa de fazer sentido. De qualquer modo, com o passar do tempo, vamos recuperando os sentidos e vêm-nos todas as memórias que temos daquela pessoa. E é exactamente nesse momento que sentimos que a mesma pessoa que antes se dizia morta, agora só pode estar viva… sentimos isso claramente no nosso coração – é impossível terminar com um simples fechar de olhos, com um simples deixar de respirar.
Por isso é que ao terceiro dia Pedro, aquele que tinha negado por três vezes Jesus, saiu para as ruas a gritar: “JESUS ESTÁ VIVO!? O AMOR VENCEU!?”, e com ele, todos os outros o seguiram e, a partir daí, nunca mais se calaram (e bem que tentaram).

Bem… assim sendo, só posso dizer que falar de Páscoa é falar de uma festa claramente nossa e só possível por Jesus, é falar de uma dinâmica de morte/renascimento que devemos fazer, é falar de um experiência pascal que devemos transportar para as nossas vidas – nas nossas obras, nas nossas palavras. Depois de descobrirmos que Jesus afinal de contas não morreu… é impossível permanecermos calados e continuarmos com a mesma vida que tínhamos antes… este Dom é grande demais para o guardarmos apenas para nós.

Procuremos então continuar a nossa caminhada de construção pessoal, percebermos que somos apenas um só, mas que não somos um sozinho e, por isso, podemos ser e fazer cada vez mais em comunidade.

Há muito, muito tempo...


À muito, muito tempo… ainda não havia terra, água ou ar e já existia uma FAMÍLIA. Uma família em plena e perfeita COMUNHÃO de AMOR entre as três PESSOAS-DIVINAS. Nessa comunhão de amor constavam: Deus-PAI, um pleno dador de vida, um perfeito pai disposto a dar a Sua vida para dar tudo ao seu filho; Deus-FILHO, um pleno recebedor de vida, um perfeito filho que está disposto a acolher sempre o amor do pai e a retribuir esse amor; e Deus-ESPÍRITO SANTO, um pleno criador de relações. E a melhor figura que pode existir para explicar o papel de Deus-Espírito Santo é o de uma mãe… uma pessoa que se está sempre disponível e que procura sempre arranjar maneira de unir o pai com o filho e vice-versa.

Tendo esta FAMÍLIA uma perfeita dinâmica de AMOR – um PAI que procura dar tudo ao Seu filho, um FILHO que procura acolher todo o amor que o pai lhe dá e, ao mesmo tempo, retribuí-lo e uma MÃE que tem sempre necessidade de estar continuamente a arranjar forma do pai amar o filho e do filho acolher o pai… esta dinâmica não se podia cingir apenas nestas três pessoas. Assim sendo, esta família sonhou um projecto para poder partilhar todo este AMOR, um projecto onde fosse possível alargar esta bela FAMÍLIA.

Foi assim que esta Família se reuniu e começou por moldar uma bela terra… borrifou-a com uns pingos de água para lhe dar alguma humidade e, por fim, soprou sobre o que tinha feito para que a Sua obra se mantivesse fresca… e viu que tudo isto era muito bom. Mesmo assim, ainda faltava algo… então espalhou por toda esta terra, mar e ar muitos animais que pintassem este quadro de novas cores, sons e movimentos… e voltou a concluir que tudo isto era muito bom. Mesmo assim a Sua obra ainda não estava completa… faltava a cereja em cima do bolo, a menina dos seus olhos. Então para terminar a sua criação, esta Família pegou no melhor que tinha feito até àquele momento, deu um pouco do Seu AMOR e gerou o Homem, o único ser até àquele momento que não era feito perfeito, o único que não seria completo. Então, porque o que esta Família desejava era amar e tornar tudo perfeito na sua comunhão, deu um desafio ao Homem: “TUDO O QUE FIZ DOU-TO A TI. AMO-TE DE TAL MODO QUE SÓ TE PROPONHO UMA COISA… VIVE, CAMINHA, CONSTRÓI-TE PESSOA, CRIA RELAÇÕES… AMA E SÊ FELIZ!?”.

Bem… o Homem não percebeu muito bem esta proposta pois não conhecia muito bem a arte de AMAR. Então, ao longo dos seus primeiros passos, o Homem rapidamente descobriu o sentimento da inveja, do desejo, da ganância, e muitos outros que iam totalmente ao contrário da proposta feita por aquela Família. De qualquer modo, os borrifos de água e o sopro dados por esta Família no acto da criação iam lembrando os Homens da proposta feita no início. Alguns, apesar do receio que tinham em mudar, até procuravam responder ao desafio e, vejam bem, procuravam relembrar outros Homens para aquilo que estavam chamados a ser e a fazer. Por uns tempos a coisa até corria bem mas, mais tarde ou mais cedo, o caminho recto tornava-se rapidamente numa enorme rotunda… podemos dizer que tudo isto era como uma grande GUERRA… guerra essa que ia sofrendo algumas alterações – umas boas, outras nem por isso, mas vitórias… essa tardava em chegar.

Então, eis que no meio dos Homens surge um HOMEM. Um HOMEM em muito diferente dos outros – diferente na maneira de estar, na maneira de falar, na maneira de viver. Esse HOMEM era realmente uma novidade… era o único Homem que já tinha percebido perfeitamente a grande proposta feita, era o único que já tinha visto que só com uma vitória perante aquela GUERRA, é que se poderia viver perfeitamente o desafio colocado por aquela Família. Então começou por ensinar uns poucos de Homens qual o verdadeiro desafio que estamos chamados a enfrentar, pois muitos deles já se tinham esquecido do desafio original, e outros nem sequer tinham ouvido falar dele.
Vendo que este ensinamento tinha que ser levado a muitos outros Homens, Ele procurou ensinar alguns Homens sábios… mas eles diziam que esse desafio não era para eles. Então foi caminhando, percorrendo estradas, passando por diversas terras, dirigindo-se Homem após Homem… e sempre relembrava o desafio original, procurava sempre falar do PROJECTO daquela FAMÍLIA.
Muitos os que ouviram aquelas novidades, mas foram muito poucos os que a aceitaram e acolheram. Bem… é giro como todos aqueles que aceitaram, ou eram pequenos, ou tinham problemas de saúde, ou eram pobres, ou… tinham simplesmente um coração pequeno… pequeno porque era simples, mas sempre disposto a acolher novos desafios. E foram estes os Homens que foram seguindo aquele HOMEM… gostavam muito de ouvir falar do PROJECTO – mesmo não percebendo muito bem o que isso quereria dizer. No entanto, as maldades pelo qual já tinham passado, faziam-lhes crer que algo de novo nas suas vidas era bem melhor que aquilo que tinham… mesmo não sabendo realmente de que coisas aquele HOMEM falava.

A novidade foi-se espalhando e, três anos após o aparecimento daquele HOMEM, muitos eram os Homens que já estavam fartos de ouvir falar de desafios, de um projecto que terminaria definitivamente com a GUERRA. Bem… o certo foi que, tudo aquilo que o HOMEM tinha dito e feito, era motivo mais que suficiente para o acusar de algo. As acusações sem fundamento eram cada vez mais e ditas cada vez em mais alta voz… a situação era de tal modo triste, que até aqueles que tantas vezes tinham seguido este HOMEM, mesmo esses já tinham dúvidas daquilo que tinham ouvido.
Este HOMEM sentiu que o seu fim estava próximo… mas também sabia bem que esse fim, NÃO ERA O FIM.


Podia continuar mas… todos já sabem que esse HOMEM pelo qual conhecemos com o nome de Jesus, firmou as suas opções até ao fim e aceitou as consequências das mesmas… tudo pela vitória de uma GUERRA que, para muitos, era impossível de vencer. Sim… Jesus, com a sua RESSURREIÇÃO, venceu a morte e foi mais longe, Ele destruiu a morte para que esta não voltasse a ganhar perante o humano. Assim sendo, o grande desafio que o Deus-Amor nos continua a propor hoje, é uma caminhada de humanização… humanização essa que se tornará divinização à medida que formos ressuscitando. E é com a certeza de que à medida que nos tornamos cada vez mais PESSOA, nos aproximamos cada vez mais da grande FAMÍLIA que é Deus, que proponho a todos… AMEM E SEJAM FELIZES… é esta a certeza que Deus nos dá… tudo o que é feito por amor e em amor, tudo o que é feito em graça e de graça… nunca nos deixará mais pobres – muito pelo contrário… COM DEUS, NUNCA SAIREMOS DERROTADOS
.

quinta-feira, 12 de abril de 2007

Uma coisa realmente nova...

Peço desculpa a todos aqueles que por cá possam aparecer... garanto-vos que tinha uma partilha muito bonita para vos dar mas... quando estava a formatar o texto... PUF... este APAGOU-SE.
.
Prometo que para a semana cá encontrarão esse e outros textos.
.
Beijos e Abraços a todos... muito obrigado por aparecerem. É com grande tristeza que me despeço mas, ao mesmo tempo, com uma enorme alegria pois por largos minutos, enquanto escrevia, encontrei-me em perfeita comunhão com DEUS-AMOR.
.
Não sei se o texto falava da coisa realmente nova mas... era a uma bela história de um HOMEM que lutou até ao fim para ensinar outros Homens a verdadeira dinâmica de AMAR.
.
.
SHALOM

quarta-feira, 4 de abril de 2007

Jesus Ressuscitado

Já passou uma semana e... querendo falar da Páscoa dos Cristãos, parece que não tenho palavras para descrever tal maravilha. E depois falar de um acontecimento sem falar de toda a história que o antecede... é dificil para mim explicar o que sinto, e para os que lêem, é dificil entenderem o meu sentimento.
.
Bem... sem saber por onde começar, vou aproveitar a caminhada que foi proposta para esta Quaresma aos diversos grupos de catequese e à própria comunidade, e ainda o evangelho de Jesus, o Cristo, segundo Lucas que foi lido este Domingo.
.
A mensagem que a caminhada procurava transmitir era: "Vou fazer uma coisa nova!", e o evangelho transmitia o relato da Paixão de Cristo. E realmente o resultado desta PAIXÃO foi realmente algo de novo para toda a Humanidade.
.
.
Depois de perceber este relato, aquilo que se questiona é "Seria mesmo necessária esta morte?". E aí podemos chegar a uma conclusão... tendo em conta as pessoas que existiam naquele tempo, essa era a prova que faltava para que elas acreditassem que Jesus era realmente o tão esperado Messias. Infelizmente, se Ele voltasse de novo, o resultado final seria idêntico pois as pessoas estão presas demais ao seu próprio umbigo, é muito difícil largar tudo, lutar por uma vida que não seja a nossa.
Assim sendo, esta era a morte necessária. De qualquer modo, também há uma morte desnecessária... a morte de um homem bom e justo.
.
.
Falando um pouco na morte necessária, esta foi a única maneira de mostrar o verdadeiro Rei que Jesus é... Quando falamos em rei, todos se lembram daqueles de coroa, trono, manto, etc... aqueles que lutam de espada na mão contra tudo e contra todos para que o seu reinado permaneça. Jesus também assim foi, mas de uma maneira totalmente diferente. E foi isso que Judas não percebeu, que Pedro não entendeu, que tantos outros não acreditaram...
.
Digam-me uma coisa, se vos fosse anunciado que o messias seria um rei (descendência de David, pois David foi um poderoso Rei) que vos iria salvar dos tiranos (naquele tempo eram os romanos)... mas quando chegou a hora da verdade nada aconteceu (daquilo que estavam à espera), como se sentiriam?
Se formos a ver bem, Judas não foi nenhum traidor... foi antes impaciente! Ele fez como Maria nas bodas de Canaan... provocou Jesus a avançar. No entanto, quando viu que Jesus não era o rei que ele esperava... matou-se.
Pedro... ele esperava um rei. Ao ver os soldados no monte das oliveiras pega na espada e luta, esperando que Jesus faça o mesmo. Quando viu que nada aconteceu... não acham que já tinha motivos mais que suficientes para negar Jesus?
.
.
PS: depois continuo